O olho é uma estrutura pequena, muito delicada e muito complexa, que mede em torno de 24mm de diâmetro e é composta de várias partes que, em conjunto com o cérebro forma o aparelho visual. É responsável por cerca de 80% da nossa percepção do que está a nossa volta, enxergar! Muito se fala em catarata, conjuntivite, ceratocone, dentre outras doenças. Mas você sabe a que parte do olho corresponde cada alteração dessa?
Estruturas externas e mais expostas ao meio ambiente:
O olho fica localizado na porção anterior do crânio, em uma cavidade denominada órbita.
Começando pela parte mais externa temos:
As pálpebras superiores e inferiores – tem função protetora do globo ocular, não permitindo que fique totalmente exposto, e são responsáveis pelo ato de piscar, importante também pela lubrificação do olho. Na borda das pálpebras, estão implantados os cílios (mais numerosos na pálpebra superior que na inferior e que, da mesma forma, tem a capacidade de proteger os olhos. Nas pálpebras podemos encontrar ainda glândulas sebáceas e sudoríparas, e os pontos lacrimais (uma na pálpebra superior e outro na pálpebra inferior), responsáveis pelo escoamento da lágrima.
A camada do olho que fica mais exposta é a córnea. Ela é transparente, não possui vasos sanguíneos e contribui com cerca de 70% da capacidade de visão do olho. Quando ela se torna muito fina e curva podemos ter o diagnóstico de ceratocone.
A esclera é a camada mais espessa e densa do olho, é a parte branca que vemos. Compõe cerca de 90% da superfície do olho e é formada de fibras de colágeno basicamente. É bastante firme e tem a função de proteger o olho. Os músculos responsáveis pela movimentação do olho se inserem na sua área mais posterior, não sendo visíveis facilmente. A inflamação dessa camada pode estar relacionada às doenças reumatólogicas e é denominada esclerite.
Uma fina membrana recobre toda a esclera, é a conjuntiva. Ela tem a função de nutrição e proteção de toda a parte exposta do olho, e possui muitos vasos sanguíneos. Quando essa camada fica inflamada, surge o que conhecemos por conjuntivite, e pode ter várias origens.
Estruturas intra oculares:
A íris, estrutura que define a cor dos nossos olhos, fica atrás da córnea, e é formada por fibras musculares e pigmentos. Ela controla a entrada de luz no nosso olho ao se contrair ou relaxar, e o seu centro forma a pupila, semelhante ao diafragma de uma câmera fotográfica. Atrás da íris fica o cristalino, a nossa lente natural, também responsável pela capacidade visual do olho ao focalizar os raios luminosos para a retina. Com o passar dos anos, essa lente tende a ficar mais opaca, dando origem ao que chamamos de catarata.
Na região mais posterior ao cristalino há uma cavidade preenchida por uma substância gelatinosa, chamada de humor vítreo, que ajuda a manter o tônus do olho. Esse gel vítreo está em íntimo contato com a coróide, uma fina camada responsável pela nutrição da região mais posterior do olho e com a retina.
A retina é a camada de fibras nervosas que fica no fundo do olho. É como um tapete que recobre toda essa região e é formada basicamente de neurônios. É muito importante pois é a responsável pela condução do estímulo visual até o cérebro. Tem duas regiões importantes: a mácula, responsável pela visão com melhor qualidade e definição (região afetada quando existe a degeneração macular relacionada a idade) e o nervo óptico, que tem ligação direta com o cérebro e conduz o estímulo visual. Vale ressaltar que a retina também possui vasos sanguíneos que podem sofrer com os efeitos de diversas doenças mal controladas, sendo as mais importantes o diabetes e a hipertensão. Quando a retina se desprende da sua localização normal, surge o que chamamos de descolamento de retina, que normalmente leva a baixa visão.
Por isso sempre é dito que o exame oftalmológico não se restringe a aferição do grau dos óculos. Essa é uma etapa muito importante, mas não a única na avaliação da sua saúde!